A história de amor entre a decadente estrela americana Marion Jones e
o atletismo parece ter chegado ao fim definitivamente neste X
Campeonato Mundial de Atletismo, que se realiza em Helsinque, que
deixou de fora seu nome na brilhante cerimônia de abertura, realizada
no sábado.
A tripla campeã olímpica nos Jogos Olímpicos de Sydney-2000 e quatro
vezes campeão do mundo (com dois ouros nos 100 metros livres, um nos
200 e outro nos 4x100) foi esquecida pelos organizadores, pois seu
nome não figurou no quadro de estrelas que brilharam em outros
mundiais.
A americana de 29 anos, nos últimos meses, foi alvo de acusações sobre
uso de substâncias dopantes, e foi afastada de numerosas competições,
inclusive da lucrativa Golden League da IAAF. Porém, chegou a disputar
umas poucas competições européias, mas sem destacar-se em nenhuma
delas.
No entanto, a americana jamais foi surpreendida em qualquer exame ao
qual se submeteu e, inclusive, apresentou uma denúncia por difamação
contra Victor Conte, fundador dos laboratórios farmacêuticos
californianos BALCO, que a afirmou tê-la visto usar substâncias
proibidas.
A campeã sempre negou com veemência esta acusação. Preparou-se para
disputar os Jogos Olímpicos de Atenas-2004, nos quais teve uma
participação medíocre e saiu banhada em lágrimas.
Mas Jones não se deu por vencida e voltou a reunir forças para
disputar a temporada de 2005. Mas não a começou bem. Abandonou logo a
primeira, que se realizava em seu próprio país.
Conte e o técnico Greg Anderson, recentemente, foram declarados
culpados pela distribuição ilegal de drogas e lavagem de dinheiro. Já
o vice-presidente dos laboratórios BALCO, James Valente, foi
denunciado por distribuição de estupefacientes.
Os problemas de Jones também envolvem seu companheiro, o ex-recordista
mundial dos 100 metros, Tim Montgomery, que aguarda um veredicto do
Tribunal de Arbitragem do Esporte por implicação no uso de substâncias
dopantes.
No início da temporada, a americana atacou duramente os organizadores
dos meetings europeus, que boicotaram sua presença e a Montgomery nos
mesmos.
"Minha história não mudou; contra mim não há acusação alguma (...)
Esse boicote é absolutamente ridículo", disse Jones no meeting de
Hengelo, que disputou a convite dos organizadores, que desconheceram
assim uma decisão do Grupo Europeu, proibindo de chamá-la.