falou sobre os planos futuros com a saltadora, que se sagrou campeã
olímpica no salto em distância nesta sexta-feira, em Pequim.
Emocionado, o treinador leva sua segunda medalha dourada para casa:
também é o responsável pelo panamenho Irving Saladino, no salto em
distância masculino.
"Falaram que a Maurren, com 32 anos, podia ter passado do ponto de ser
medalhista olímpica. Hoje, ela é a campeã", afirmou Nélio, logo após a
conquista, já deixando a expectativa para os Jogos de Londres-2012.
"Por que aos 36 anos ela não poderia conquistar outra medalha? Ela
ainda tem um ciclo olímpico, tenho certeza de que ainda tem muito a
realizar e já é a maior atleta brasileira de todos os tempos."
O treinador se rendeu às lágrimas com o feito de sua pupila, mas
manteve a modéstia quando questionado se é o melhor técnico do mundo.
"Não sei, mas sou o técnico mais feliz do mundo", garantiu o
bicampeão. "Foram 14 anos para construir uma medalha de ouro. Posso
morrer hoje que morro feliz."
Para ele, a principal vantagem de Maurren foi conseguir manter a
frieza na hora da decisão, o que faltou a outros brasileiros em
Pequim. "O Irving chegou como favoritíssimo e fez uma prova segura. Já
a Maurren estava entre as melhores, ela sabia que tinha de fazer o
melhor dela e o maior mérito é chegar aqui e conseguir isso."
Nélio não deixou de lembrar a história de superação da atleta, pega em
exame antidoping em 2003 e que ficou dois anos suspensa das pistas.
Ela chegou a abandonar o atletismo, mas voltou em 2006, impulsionada
principalmente pelo nascimento da filha Sophia. "Esse ouro serve para
coroar o que aconteceu com a Maurren. Só prova que a história dela é
uma das bonitas que eu já vi."
Além dos dois ouros nos Jogos de Pequim, Nélio ainda tem em sua
coleção o título mundial de Saladino, em Osaka-2007.