21 de agosto de 2008

Em sexto, Jadel Gregório repete Atenas, decepciona, e fica fora do pódio

Um dos favoritos a ocupar um lugar no pódio do salto triplo, Jadel
Gregório piorou em uma posição a quinta colocação de Atenas-2004 e
ficou longe da sua primeira medalha olímpica. Nesta quinta-feira, no
Ninho de Pássaro, o vice-campeão mundial não deu mostras da qualidade
que o levou a quebrar o recorde sul-americano em 2007 e voltou a
decepcionar.

Após chegar em Pequim esbanjando confiança, o paranaense não encontrou
seu salto em nenhum momento na China. Nas eliminatórias, foi o nono
colocado. Na final, melhorou apenas cinco centímetros o que fizera
anteriormente e, com apenas 17,20 m - 70 centímetros menos que sua
marca sul-americana -, amargou a sexta posição.

Lutando pela ponta da prova, quatro atletas fizeram uma bela disputa,
em que o ouro acabou ficando com seu algoz no Mundial de Osaka, em
2007, o português Nélson Évora, com a marca de 17,67 m. Completaram o
pódio Phillips Idowu, do Reino Unido, com a prata e a marca de 17,62
m, e o terceiro colocado foi Leevan Sands, de Bahamas, com 17,59 m.

Jadel, que chegou a fazer gracejos às câmeras no maior estilo Usain
Bolt, no aquecimento, começou mal a prova. Na primeira tentativa, fez
a marca de 17,14 m e deu a impressão de que estava esquentando. No
entanto, suas três tentativas decepcionaram, enquanto seus rivais
começaram a crescer. O triplista alcançou 16,55 m e, sem ao menos
fazer o terceiro salto, passou reto pelo banco de areia e teve 13,79
m.

Assim, acabou apenas na sétima colocação entre os oito que têm direito
a fazer mais três saltos na disputa por medalhas. Enquanto isso,
quatro atletas despontaram com boas marcas: Idowu, Sands, Évora e
Arnie Girat (Cuba), todos superando os 17,50 m.

Na quarta tentativa, quem assumiu a liderança e não a deixou mais foi
Évora, passando em cinco centímetros Idowu, que tinha 17,62 m. O
paranaense continuou sem conseguir encontrar seu ritmo. Com a corrida
fraca e pouca potência, fez apenas 16,83 m e, em seguida, 16,78 m,
permanecendo em sétimo.

O brasileiro ainda melhorou em seu último salto, mas fez apenas 17,20
m, ganhando uma posição, marca insuficiente para chegar entre os três
primeiros.

Até a chegada a Pequim, Jadel Gregório somava uma incrível marca e
algumas decepções nos últimos anos. A primeira falha foi o quinto
lugar em Atenas-2004, quando afirmava que só faltava saber a cor de
sua medalha. Com o segundo melhor salto da temporada, era um dos
favoritos para o ouro, mas nem bronze conquistou.

Depois, quando perdeu o ouro do Mundial de Osaka, em 2007, para um
rival até então desconhecido, o português Nélson Évora. Se os
resultados colocaram dúvidas na cabeça do torcedor brasileiro, sua
melhor marca dizia o contrário.

Com 17,90 m, recordista sul-americano batendo João do Pulo, o
brasileiro sustenta o melhor salto da atualidade, e seus adversários
acompanham com certa distância. Entre os finalistas, o romeno Marian
Oprea já fez 17,81 m e Évora tem como recorde pessoal apenas 17,74 m.
Mesmo o seu arqui-rival Christian Olsson, da Suécia, nunca chegou
próximo disso, fazendo 17,79 m - ele ficou fora dos Jogos por lesão.