19 de agosto de 2008

Organização pede desculpas por sumiço de vara de Fabiana

O Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos (Bogoc) pediu desculpas nesta
terça-feira pelo episódio do desaparecimento de uma das varas que a
atleta Fabiana Murer usaria na final da competição do salto.

Em carta encaminhada ao chefe da equipe de atletismo do Brasil,
Martinho Nobre, o comitê confirmou a informação do técnico de Fabiana,
Élson Miranda de Souza, de que a vara, por alguma razão que eles ainda
desconhecem, retornou do estádio à Vila Olímpica com as varas das
atletas que haviam sido desclassificadas na primeira rodada da final,
ou seja, antes portanto do momento em que Fabiana precisaria usá-la.

Na noite da competição, na segunda rodada de saltos, Fabiana não
encontrou a vara que usaria, quando o sarrafo foi colocado em 4,55
metros.

Normalmente, as atletas neste tipo de competição utilizam varas de
densidades diferentes de acordo com a altura que desejam atingir.
Quanto mais alto precisam chegar, mais dura deve ser a vara.

Fabiana havia utilizado uma vara de menor densidade (mais mole) no
primeiro salto que fez na noite, de 4,45 metros, e avançou à próxima
marca. Sem a vara ideal, ela improvisou utilizando uma para alturas
superiores a 4,70 metros, mas não conseguiu ultrapassar o sarrafo
colocado a 4,65 nas três tentativas que fez, e foi eliminada.

Na carta, de poucas linhas, o comitê informou que o problema foi
involuntário, mas não deu mais detalhes.

"Eles enviaram a carta como uma satisfação depois que registramos a
apelação junto à Federação Internacional de Atletismo", afirmou o
chefe da equipe.

A missão brasileira na Olimpíada entrou com um pedido de anulação da
prova ainda na noite de segunda-feira em Pequim, mas a federação não
atendeu à solicitação.

Segundo o Comitê Olímpico Brasileiro, a federação informou que o fato
de Fabiana ter tentado saltar mesmo depois do episódio validou sua
participação na competição.

Na prova, a russa Yelena Isinbayeva bateu o novo recorde mundial,
saltando 5,05 metros. A norte-americana Jennifer Stuczynski ficou com
a prata, saltando 4,80, mesma marca que Fabiana fez no Troféu Brasil
neste ano.

Anteriormente, Martinho havia informado que a hipótese mais provável
para a confusão era de que alguém da organização teria deixado por
descuido uma das varas de Fabiana em algum lugar no estádio, no
caminho para a área da prova.

A vara não teria ido para a pista e daí, quando voltaram as varas das
atletas desclassificadas, colocaram tudo junto, inclusive a de
Fabiana, e levaram de volta para a Vila.