olímpica dos 200 m rasos, não perdeu a chance de alfinetar neste
domingo o campeão dos 100 m Usain Bolt, da Jamaica, que compete também
nos 200 m.
Bolt, que quebrou o recorde mundial na final olímpica dos 100 m, com o
tempo de 9s69, não perde a chance de fazer gracinhas para as câmeras
nem mesmo durante as corridas, e teria "falta de espírito olímpico",
na visão de Viana. O velocista ganhou o primeiro ouro da história para
a Jamaica nos 100 m rasos.
Durante a eliminatória deste domingo, o jamaicano diminuiu o ritmo
durante o final da prova, displicentemente deixando a primeira
colocação para o corredor de Trinidad e Tobago, Rondell Sorrillo.
"Não é certo o que ele fez. Acho que o atleta tem que correr pensando
no tempo, sempre olhando para a linha de chegada, e não para o
público", disse Viana, ainda na pista do Ninho de Pássaro.
O brasileiro conseguiu a vaga nas quartas-de-final durante a sétima
série classificatória. Viana chegou em quarto lugar, e seu tempo de
20s84 ficou entre os oito melhores do dia, o que lhe deu direito de
prosseguir na disputa olímpica.
"Eu larguei mal, normalmente em três ou quatro passadas estou na
frente de dois ou três atletas, mas dessa vez tive que usar energia
para correr atrás", declarou Viana, avaliando sua prova.
O atleta brasileiro seguiu para a vila olímpica para descansar, já
pensando nas quartas-de-final, que serão disputadas na noite do mesmo
dia em Pequim, às 9h05 da manhã desta segunda-feira no Brasil.
Além de não aprovar o comportamento de Bolt nas pistas, Viana pôs em
dúvida a superioridade do jamaicano. "Ele está três níveis à frente do
resto, o que é bem estranho. A biomecânica mostra que para correr os
100 m, um atleta, mesmo de ponta, precisa de mais de 45 passos. Ele
deu 39. A ciência não bate."
Apesar de incentivar a polêmica em torno do desempenho impressionante
de Bolt em Pequim-2008, Viana se exime de acusações mais graves. "Não
estou falando se é doping ou não, cabe à Wada (Agência Mundial
Antidoping) decidir."