eliminatórias dos 200 metros rasos, entrou para o coro dos que colocam
suspeitas sobre o desempenho do jamaicano Usain Bolt e reclamou do
barulho que os chineses fazem no estádio.
Viana ficou em quarto na sua bateria, fazendo apenas o 26o melhor
tempo nas eliminatórias dos Jogos de Pequim, depois de ter queimado a
primeira largada e atrasado a segunda. A próxima rodada
classificatória acontece ainda nesta segunda-feira.
Sobre a queimada, ele afirmou que confundiu um barulho na torcida com
o tiro de largada e arrancou.
"De manhã tem sido barulhento aqui, não sei se é por ter bastante
criança. E isso acaba confundindo, porque na hora da largada está todo
mundo concentrado esperando o estalo da pistola para arrancar", disse
o velocista brasileiro.
Viana afirmou que na segunda largada ele foi mais cuidadoso e acabou
sendo prejudicado.
"Acabei saindo depois dos outros, quando normalmente a largada é meu
forte, sempre deixo uns dois ou três para trás. Mas foi bom que eu não
gastei muita energia. Agora é descansar para voltar aqui à noite".
Sobre as chances de medalha, ele afirmou que o ouro já tem dono, a não
ser que o jamaicano Usain Bolt, que já venceu os 100 metros rasos de
forma espetacular, se machuque.
"Ele está dois, três níveis acima de todo mundo. Está acima da
humanidade. Literalmente passeando e os outros brigando pela medalha
de prata", disse o amazonense, que foi ouro no Pan do Rio na prova do
revezamento 4x100m.
Mas Viana, a exemplo de outros atletas e técnicos nos Jogos, está
colocando dúvidas sobre a legalidade do desempenho de Bolt.
"Eu acho totalmente suspeito. Ele está fora de todas as estatísticas
que a gente vê em treinamento. Na prova da final dos 100m ele usou 50
metros para bater o recorde mundial e 50 metros para se divertir. Ele
foi o último a sair do bloco e em 50 metros estava na frente de todo
mundo".
Viana afirmou, no entanto, que dificilmente alguém provaria algo
contra o jamaicano, porque as tecnologias para conseguir ilegalmente
um desempenho superior estão muito avançadas.
"Seja o que tenha acontecido, não vamos ficar sabendo aqui. No caso da
Marion Jones (velocista que utilizou doping e está presa) levou oito
anos para descobrirem".
O técnico do jamaicano descartou todas as dúvidas sobre o seu
desempenho, dizendo que o atleta não toma nem vitaminas.
Dentre os outros brasileiros nas competições de atletismo nesta
segunda-feira, Fernando Almeida não se classificou para a próxima
rodada dos 400m rasos, ficando em quinto em sua bateria.
Bruno Barros, que compete na mesma prova de Viana, ficou fora dos 200
metros, depois de chegar também em quinto na classificatória.