experiente da delegação brasileira, nenhum membro do trio formado
pelos maiores velocistas do planeta vai conquistar o ouro nas
Olimpíadas de Pequim, que começam na próxima sexta-feira.
Vicente Lenílson, medalhista de prata em Sydney-2000 no revezamento
4x100 m, aposta em uma surpresa para os 100 m rasos no estádio Ninho
de Pássaro. "Eu acho que os três estão bem, mas nenhum deles ganha os
100 m. Eu ainda tenho alguns nomes que, se falar, vão achar que estou
falando besteira. Quando terminar, eu digo se estava certo", diz o
velocista.
Segundo o brasileiro, a grande rivalidade que está sendo criada em
cima do trio fará a diferença na hora da prova. "Os caras estão muito
preocupados uns com os outros nessas três raias e vão esquecer as
outras. É o que eu acredito", explica.
Bolt é o recordista mundial dos 100 m, com 9s72. O também Jamaicano
Asafa Powell passou praticamente todo o ciclo olímpico de Pequim como
o homem mais rápido do mundo. E o norte-americano Tyson Gay é o atual
campeão mundial.
Longe do grupo de estrelas, Lenílson tenta se adequar a um novo status
na equipe brasileira. Depois de anos atrás de veteranos como Claudinei
Quirino ou André Domingos, é a vez do baixinho de 1,65 m ser o mais
velho do time.
"Acho que em Sydney-2000, por exemplo, minha situação era mais
confortável. Eu não pensava muito. Era mais molecão, me divertia mais.
Hoje tenho mais responsabilidade. Com o tempo, você vai amadurecendo e
aprendendo. Pensa mais", resume.
Uma coisa, porém, não mudou. Lenílson segue sendo um dos mais
determinados do time, tentando ignorar a desvantagem que sempre
enfrentou: a altura. "Eu ainda sou o mais baixo e, com isso, você tem
de fazer um treinamento diferente. A técnica é outra. Mas a velocidade
não está na altura. O Edson Luciano mesmo. Tem 1,92 m e eu sempre fui
mais rápido", diz o velocista, lembrando do companheiro na equipe de
revezamento.