de Pequim, com a reclassificação do nadador Clodoaldo Silva para a
classe S5, a delegação brasileira superou a ausência de medalhas de
ouros do maior atleta paraolímpico da história do País para registrar
a sua melhor campanha em dez edições disputadas.
Dono de 13 pódios alcançados em Paraolimpíadas, Clodoaldo não
conseguiu repetir o desempenho que o credenciou como uma das
principais atrações na China. Com a saída da S4, após passar por
reclassificação funcional, o brasileiro só foi premiado em duas
ocasiões, uma prata nos 4x50 m medley e um bronze nos 4x50 m livre.
Se não pôde contar com a força e o favoritismo de Clodoaldo, que
registrou seis ouros e uma prata em Atenas-2004, em oito provas
disputadas, o País contou viu a força, principalmente, de Daniel Dias
e André Brasil nas piscinas, de Lucas Prado na pista do Ninho de
Pássaro e de Dirceu Pinto na bocha.
Em 11 dias de disputa, após a formação de 473 pódios diferentes, a
delegação nacional fez a bandeira verde e amarela ser alçada na
premiação em 47 oportunidades, superando as 33 de Atenas, antigo
recorde brasileiro. Das vezes em que triunfaram, os atletas levaram ao
peito 16 ouros, 14 pratas e 17 bronzes.
Além de conseguir destaque pelos resultados, os brasileiros que
estiveram em Pequim também foram atração fora das quadras, pistas ou
piscinas. Sempre bem-humorados, os representantes nacionais ganharam o
apoio dos chineses nas arquibancadas na maioria das disputas, quando
um atleta local não estava brigando pelo ouro.
Enquanto Dias bateu o número de medalhas de Clodoaldo em uma única
edição (nove contra sete), ambos concorrendo na classe S5, outros
brasileiros registraram grande aproveitamento nas disputas que
estiveram envolvidos. André levou para São Paulo quatro ouros e uma
prata, nas sete vezes em que caiu na piscina do Cubo d'Água.
No atletismo, o principal nome foi Lucas Prato, que soube confirmar a
condição de cego mais rápido do mundo e disparou nos 200 m, 100 m e
4x100 m, na categoria T11. Nas duas últimas, o brasileiro venceu a
batalha pessoal com o angolano José Armando.
Já Dirceu, que integrou a primeira equipe de bocha do Brasil na
história dos Jogos, surpreendeu ao garantir dois ouros na classe BC4,
que envolve atletas deficientes, mas sem necessidade de auxílio. Na
primeira tentativa, o atleta triunfou nas duplas, ao lado de Eliseu
Santos. Em seguida, foi a vez da vitória individual, quando viu o
parceiro assegurar o bronze.
Outros destaques brasileiros na campanha na capital chinesa foram
Terezinha Guilhermina (200 m T11 do atletismo), o judoca Antônio
Tenório (até 100 kg) e o futebol de 5, que também levaram o primeiro
lugar e impulsionaram o País no quadro geral de medalhas.
Entendendo as siglas :
Atletismo
Provas de campo - Arremesso, lançamento e saltos
F11 a F13: deficientes visuais
F20: deficientes mentais
F31 a F38: paralisados cerebrais (31 a 34 - cadeirantes; 35 a 38 - ambulantes)
F40: anões
F41 a F46: amputados
F51 a F58: competem em cadeiras (seqüelas de poliomielite, lesões
medulares e amputações)
Provas de pista - corridas de velocidade e fundo
T11 a T13: deficientes visuais
T20: deficientes mentais
T31 a T38: paralisados cerebrais (31 a 34 - cadeirantes; 35 a 38 - ambulantes)
T41 a T46: amputados
T51 a T54: competem em cadeiras (seqüelas de poliomielite, lesões
medulares e amputações)
Bocha
BC1: grupo de atletas classificados como CP1 e CP2. Os atletas podem
competir com a ajuda de um assistente, que devem permanecer fora da
área de jogo. O assistente só pode estabilizar ou ajustar a cadeira e
dar uma bola para o jogador a seu pedido.
BC2: reúne jogadores CP2. Não é permitido receber assistência.
BC3 : jogadores com seqüelas graves. Usam um dispositivo de apoio e
podem ser assistidos por uma pessoa, que permanece na área de jogo,
sem interferir.
BC4: outros jogadores com deficiências físicas severas
Ciclismo
Deficiências motoras
LC1: atletas com pequeno prejuízo em função da deficiência,
normalmente nos membros superiores
LC2: atletas com prejuízo físico em uma das pernas (permitido o uso de prótese)
LC3: atletas que pedalam com apenas uma perna e não podem utilizar prótese
LC4: atletas com maior grau de deficiência, normalmente amputação em
um membro superior e um inferior
B1, B2 e B3: deficientes visuais (bicicleta tem dois assentos; na
frente, pedala um ciclista não deficiente visual)
Paralisia cerebral
Divisão 1 CP: para atletas com deficiência mais severa (Classes CP 4 a
1), que competem em triciclos
Divisão 2 e 3 CP: essas duas categorias dão aos atletas a opção de
correrem com bicicletas na divisão 3 (classes CP 6 e 5) ou triciclos
na divisão 2 (classes CP 6 e 5)
Divisão 4 CP: atletas com deficiência menos severa (classes CP 8 e 7),
que competem em bicicletas convencionais.
Ciclismo com as mãos (Handcycling)
Voltada para cadeirantes, essa categoria é subdividida em classes que
medem o grau do comprometimento da espinha ou de deficiências
correspondentes a esse tipo de lesão.
Divisão A HC: atletas com deficiência severa (classes HC 1 e 2) com
completa perda de mobilidade do tronco e das extremidades inferiores,
juntamente com outras inabilidades severas.
Divisão B HC: atletas com perda total da mobilidade das pernas e
limitações da estabilidade do tronco (HC 3, 4 e 5)
Divisão C HC: atletas com perda total da mobilidade dos membros
inferiores, mas outras inabilidades funcionais menores. Ou perda
parcial da mobilidade dos membros inferiores combinado com outras
inabilidades que tornam a prática do ciclismo convencional inviável
(classes HC 6, 7 e 8)
Hipismo
Grau IA e IB: São considerados parte desse grupo usuários de cadeira
de rodas com pouco controle do tronco ou comprometimento da função nos
quatro membros, ou com ausência de controle de tronco e boa
funcionalidade nos membros superiores, ou controle de tronco moderado
com comprometimento severo nos quatro membros.
Grau II: Engloba usuários de cadeira de rodas ou aqueles com
comprometimento locomotor severo, envolvendo tronco e com boa a
razoável funcionalidade dos membros superiores ou atletas que possuem
comprometimento unilateral severo. Geralmente, são capazes de andar
sem ajuda. Envolve ainda pessoas com comprometimento unilateral
moderado, comprometimento moderado nos quatro membros ou
comprometimento severo dos braços. Ainda fazem parte cegos totais de
ambos os olhos.
Grau III: Normalmente, as pessoas colocadas nesta classe são capazes
de andar sem auxílio. Possuem comprome¬timento unilateral moderado,
comprometimento moderado nos quatro membros, ou comprometimento severo
dos braços. Também constam cegos totais de ambos os olhos.
Grau IV: Atletas considerados de Grau IV possuem um ou dois membros
comprometidos ou alguma deficiência visual.
Natação
S1 a S10 / SB1 a SB9 / SM1 a SM10: nadadores com limitações físico-motoras
S11, SB11, SM11 S12, SB12, SM12 S13, SB13, SM13: nadadores com
deficiências visuais
S14, SB14, SM14: nadadores com deficiências mentais
Remo
A - Grupamento funcional utilizado: braço
TA - Grupamento funcional utilizado: tronco e braço
LTA - Grupamento funcional utilizado: perna, tronco e braço
Tênis de mesa
TT1, TT2, TT3, TT4, TT5: atletas cadeirantes
TT6, TT7, TT8, TT9, TT10: atletas andantes
Tiro
SH1: atiradores de pistola e rifle que não requerem suporte para a arma
SH2: atiradores de rifle que não possuem habilidade para suportar o
peso da arma com seus braços e precisam de um suporte
SH3: atiradores de rifle com deficiência visual
Tiro com arco
ARST: atletas sem deficiências nos braços. As pernas têm deficiência
de força muscular, coordenação e/ou mobilidade na artibulação.
Arqueiros desta classe podem escolher entre competir sentados em uma
cadeira comum ou de pé.
ARW1: atletas com deficiência nos braços e pernas. Eles têm movimento,
força e controle dos braços limitado e pouco ou nenhum controle sobre
o tronco. As pernas são consideradas sem função, por conta de
amputação e/ou limitações similares de movimento força e controle.
Arqueiros competem em uma cadeira de rodas
ARW2: atletas com paraplegia e movimento limitado em todos os membros.
Competem em cadeira de rodas.