23 de setembro de 2008

Maurren Maggi dispara contra estrutura do atletismo brasileiro

Primeira brasileira a conquistar uma medalha de ouro em Olimpíadas,
Maurren Maggi disparou contra a estrutura das bases de treino que
dispõe. "A pista que temos no Ibirapuera está sucateada e, em
Bragança, só agora vamos ter uma reforma", disse a atleta que venceu
os Jogos de Pequim com a marca de 7,04 m.

A atleta ainda usou sua conquista para ironizar sobre as condições de
trabalho. "Se não tivermos uma boa estrutura agora que temos uma
medalha, nunca vamos ter", afirmou em evento realizado na tarde desta
terça-feira, em São Paulo.

Maurren também já havia criticado o legado deixado pelo Pan. "Fiquei
muito chateada após o Pan por não poder utilizar a pista do Engenhão,
que é a melhor do país. Fico me perguntando se em uma eventual
Olimpíada o mesmo problema possa voltar a acontecer. Tenho medo
disso", disse em entrevista ao Roda Viva poucos dias após o retorno de
Pequim.

Apesar de julgar as composições defasadas, Maurren descarta qualquer
possibilidade de passar a treinar fora do país. A atleta de 32 anos já
faz planos para realizar um novo ciclo olímpico e, apesar da idade,
acredita que pode ser competitiva em Londres-2012.

"Preciso fazer um treino que seja compatível com a minha idade. Mas,
ao lado do Nélio [Moura, técnico], acredito que é possível fazer um
trabalho legal que me leve até a próxima Olimpíada em alto nível",
afirmou Maurren.

Atual recordista sul-americana do salto em distância com 7,26 m,
Maurren não espera caminhar próxima de suas melhores marcas para a
disputa da próxima olimpíada. Para ela, manter saltos próximos a sete
metros será suficiente para brigar por medalhas na Inglaterra.

Poucos dias depois de conquistar o ouro olímpico, Maurren saltou 6,59
m e ficou com a quarta colocação do Grand Prix de Lausanne, na Suíça.
O ouro foi da portuguesa Naide Gomes, que cravou 6,77 m. A prata ficou
com a russa Tatyana Lebedeva (6,64 m) e o bronze com a norte-americana
Grace Upshaw (6,63 m).

O resultado, entretanto, foi o de menos. Para Maurren, valeu competir
com as melhores do mundo com o status de campeã olímpica. "Deu para
sentir que o tratamento foi diferente", finalizou.

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