O Brasil avançou 45,7% no Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) em duas décadas. Vive-se mais, a renda subiu, mas o pais ainda precisa melhorar muito na educação.
Os jovens que saíram às ruas em junho cobrando ensino de qualidade estavam certos. O Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil2013 mostra que, entre 1991 e 2010, o país saiu de um IDHM de 0,493 (muito baixo) para 0,727 (alto). Três fatores compõem o índice: longevidade, renda e educação. Esse último quesito é o único que ainda não atingiu um patamar considerado alto, apesar de registrar a maior evolução do período (128%). Puxada, vale ressaltar, por mais matrículas, o que não significa um ensino melhor. Dona da mais elevada renda per capita, Brasília figura em primeiro lugar no IDHM do Centro-Oeste e na 9a posição no ranking nacional. Já o Distrito Federal desponta como detentor dos melhores indicadores entre as unidades da Federação.
Nas últimas duas décadas, o Brasil teve uma melhora significativa no Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), que mede a qualidade de vida da população. Entre 1991 e 2010, o país saiu de um IDHM de 0,493 — considerado muito baixo — para 0,727 — alto —, um avanço de 47,5%. Três fatores compõem o índice: a esperança de vida ao nascer, o padrão de vida (medido pela renda per capita), e o acesso ao conhecimento, que avalia a escolaridade dos adultos e o fluxo escolar dos jovens. Embora a educação tenha sido a variável que mais evoluiu no período (128%), ela continua a puxar o freio de mão do desenvolvimento nacional, sendo o único setor avaliado que ainda não atingiu um patamar considerado alto.
Os dados do IDHM foi elaborado a partir de 180 indicadores levantados pelo Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e fazem parte do Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013, publicado ontem pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), em parceria com o Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) e a Fundação João Pinheiro (FJP). O ministro-chefe interino da Secretaria de Assuntos Especiais (SAE), Marcelo Neri, que também preside o Ipea, destacou as mudanças de metodologia desta edição do IDHM. "Na década anterior, o índice media a alfabetização até os 15 anos e, agora, mede o ensino fundamental completo até 18 anos, por exemplo. Os protestos nas ruas mostram que se quer mais. Acho que o indicador coloca novos desafios para uma nova proposta de políticas públicas". Neri reconhece que, apesar das mudanças positivas, "a fotografia ainda é ruim", e que há muito a ser melhorado.