31 de maio de 2024

O que sabemos da genética no esporte?

No mundo esportivo, o mapeamento do DNA tem sido utilizado para entender melhor como a genética pode influenciar a performance atlética. A ideia é identificar variantes genéticas que possam predispor indivíduos a se destacarem em determinadas modalidades esportivas ou a possuírem certas características físicas, como força, velocidade ou resistência.

Pesquisas identificaram vários genes que parecem estar associados a aspectos específicos do desempenho esportivo. Um dos exemplos mais conhecidos é o gene ACTN3, que codifica uma proteína chamada α-actinina-3, encontrada nas fibras musculares de contração rápida, que são importantes para atividades explosivas como sprints e levantamento de peso. Pessoas com uma variante específica deste gene (R577X) podem ter vantagens em esportes que exigem força e velocidade.

Outro gene frequentemente estudado é o ACE (enzima conversora de angiotensina), que possui uma variante (I/D) associada a melhor desempenho em esportes de resistência. Indivíduos com a variante I/I tendem a ter maior capacidade aeróbica, o que pode ser vantajoso para corredores de longa distância e nadadores.

Além desses, há muitos outros genes que podem influenciar diferentes aspectos da aptidão física, como o VO2 máximo (capacidade máxima de consumo de oxigênio), a eficiência metabólica e a recuperação muscular. No entanto, é importante ressaltar que a performance esportiva é um fenótipo complexo, influenciado por uma interação intrincada entre genética, treinamento, dieta, motivação e outros fatores ambientais.

O uso do mapeamento genético no esporte também levanta questões éticas, especialmente no que diz respeito ao potencial uso de testes genéticos para seleção ou exclusão de atletas, bem como para o desenvolvimento de programas de treinamento personalizados.

Referências adicionais e leituras mais aprofundadas podem ser encontradas em artigos científicos disponíveis em bases de dados como PubMed, SciELO e Google Scholar. Algumas leituras recomendadas incluem:

- Pitsiladis, Y. P., et al. (2016). Genomics of elite sporting performance: what little we know and necessary advances. *Advances in Genetics*, 90, 123-149.
- Eynon, N., et al. (2013). Genes and elite athletes: a roadmap for future research. *The Journal of Physiology*, 591(13), 3213-3224.