A cena da final olímpica do futebol feminino com Marta, a melhor
jogadora do mundo, chorando e perguntando a Deus o que fez para
merecer a derrota frenta aos Estados Unidos, para muitos, foi o
reflexo de problemas psicológicos típicos de um time que vai decidir
um título. De qualquer forma, a goleira pernambucana Bárbara e toda a
seleção brasileira de futebol não puderam continuar com acompanhamento
de uma psicóloga desde início do ano.
A CBF cortou a terapeuta sem dar explicações e as jogadoras foram para
os Jogos Olímpicos sem a profissional. "Seria muito bom se a gente
tivesse uma psicóloga no grupo. Um diferencial, com certeza. Uma
pessoa para a gente procurar e controlar mais a ansiedade. Ela
normalmente consegue identificar alguns problemas nosso. No começo do
ano, passei por uma dificuldade em casa que refletia no meu trabalho e
a psicóloga me ajudou muito", contou Bárbara.
Já a pernambucana Yane Marques faz análise desde os Jogos
Pan-Americanos para buscar um detalhe a mais no seu desempenho. "A
gente chega em um nível que a diferença faz a diferença. O resultado
no alto rendimento não vem apenas no treino físico. É importante saber
lidar bem com a adrenalina, sentir que pode se controlar mais nas
decisões e aprender a lidar com a cobrança", contou a 18ª colocada no
pentatlo moderno nos Jogos Olímpicos de Pequim.
A psicóloga Suzy Fleury também acredita que são os aspectos
psicológicos que fazem a diferença em uma final olímpica. "Quem chega
à uma decisão praticamente se equivale na técnica, na tática e no
físico. O diferencial competitivo entre os adversários está na
qualidade emocional", explicou.