pela Vila Olímpica com o sentimento de dever cumprido. Carregando a
medalha de ouro, conquistada ontem no Estádio Nacional, a saltadora
disse que foi recebida como uma espécie de heroína do País ao chegar
no local após a vitória na final do salto em distância.
Maurren deu a volta por cima com o ouro, já que a ausência em Atenas
2004 foi uma das distâncias mais difíceis de serem superadas por ela.
Com doping positivo constatado em 2003, às vésperas dos Jogos
Pan-Americanos de Santo Domingo, a brasileira acabou suspensa por dois
anos e cogitou a possibilidade de encerrar a carreira.
"Todos os brasileiros, médicos, alguns atletas, aí dentro da Vila
vieram me pedir para tirar foto com a medalha. Disseram que choraram
muito comigo e que eu era muito guerreira. A palavra superação foi
sempre repetida para mim pelas pessoas ontem", comentou.
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Maurren disse que não esquecerá tão cedo o último salto da russa
Tatyana Lebedeva, sua principal rival na luta pela medalha de ouro,
que concretizou o seu título em Pequim.
"No momento que eu vi aquele 7,03 m no telão foi um êxtase. Não
conseguia me conter. Achei que ela tinha feito um salto maior que o
meu, mas estava pronta para saltar se isso acontecesse. Fiquei só ali
atrás, olhando. Quando vi a marca, corri e pulei de felicidade",
lembrou.
A saltadora, primeira brasileira a conquistar uma medalha de ouro em
esportes individuais, disse que ainda não acredita no seu feito. "Acho
que nunca vai cair a ficha", disse Maurren. "Foi um cenário perfeito
demais para ser verdade", acrescentou.
Para coroar o grande momento que viveu na China, a atleta será
responsável por carregar a bandeira do Brasil na cerimônia de
encerramento, neste domingo.
"Vai ser uma honra muito grande. Não sei nem como vou ficar", afirmou
a saltadora, que já sonha em ser a porta-bandeira em 2012. "Tomara,
tomara que aconteça. Quem sabe", encerrou.