16 de setembro de 2008

Carl Lewis contesta atuação de Bolt e o trabalho da Jamaica

As espetaculares performances do jamaicano Usain Bolt nas Olimpíadas
de Pequim-2008 encantaram o mundo, mas também levantaram dúvidas sobre
o rigor do controle anti-doping na Jamaica. O último a questionar o
fato foi o ex-atleta norte americano Carl Lewis.

"Ninguém está acusando ninguém, mas não espere o mesmo tipo de
respeito se você vive sob regras diferentes dos outros" afirmou o
ex-recordista mundial dos 100 m rasos à Sports Illustrated, dos
Estados Unidos, em referência à ausência de testes antidoping
aleatórios no país caribenho.

Lewis, que tem agido como um verdadeiro embaixador de campanhas
anti-drogas no esporte desde que abandonou as pistas de atletismo, não
vê suas contestações como algo negativo para o trabalho dos
jamaicanos. "A verdade é que se eu corresse hoje e tivesse as atuações
que tive no passado, eu esperaria que alguém dissesse algo e nem
sequer ficaria ofendido", afirmou. "Mas para alguém que corre 10s03 em
um ano e 9s69 no outro, se você não questiona isso em um esporte com a
reputação que o atletismo tem hoje, você é um tolo".

O vencedor de nove medalhas de ouro em Jogos Olímpicos apresenta como
argumento o histórico dos últimos grandes velocistas dos 100 m rasos.
"Vamos ser francos. Veja a lista: Ben Johnson, Justin Gatlin, Tim
Montgomery, Tyson Gay e os dois jamaicanos. Seis pessoas correram
abaixo dos 9s80 legalmente, três foram testados positivos no exame e
um ficou um ano afastado", contestou Lewis.

Segundo o ex-velocista norte-americano, os Estados Unidos têm o mais
abrangente e eficiente programa antidoping, inclusive com testes
aleatórios para os atletas. "Países como a Jamaica não têm estes
testes aleatórios, logo eles podem passar meses sem fazer exames",
declarou Lewis, que se defendeu de qualquer acusação de perseguir os
novos fenômenos do atletismo mundial. "As pessoas se esquecem que eu
fui o primeiro a contestar Ben Johnson e fui crucificado. Um ano
depois, eu era um profeta", defendeu-se.

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Enviado por:
Prof. Dr. Darwin Ianuskiewtz
www.profdarwin.com